sexta-feira, junho 03, 2005

NANDOS AO PODER (pior do que os que la estão é impossivel)

Apetecia-me aqui deixar um "eu bem vos avisei" ou um "puseram-nos la, agora aguentem", mas acho que todos já perceberam isso mais depressa, talvez, do que se poderia imaginar. Não, não é o facto do SL Benfica se ter tornado novamente campeão nacional que me atormenta.

O que me atormenta é a situação de um País decadente, sem valores, sem rumo, sem estratégia. Senão, vejamos:

1. O ditado antigo "Com a verdade me enganas" com usado com mestria pelo Governo nos primeiros meses de governação, ao nomear a Comissão Constâncio para determinar o que todos já sabiamos: o défice orçamental real português é elevadissimo. Mas nao se trata de nada de novo. Novos foram os contornos com que a noticia foi lançada. Não foi explicado que este é o Defice SEM MEDIDAS EXTRAORDINARIAS, que ate que provem em contrario, nada faz crer que este Governo nao utilize. E isto foi usado como justificação para uma serie de medidas de urgencia de curto prazo, mas com serias repercussões a longo prazo. Não no défice, esse manter-se-á. MAs antes no crescimento do País, na sua economia. Em resumo, no bolso dos portugueses.

2. A classe média é novamente sacrificada. Novamente politicas de restrição são aplicadas em periodo descendente do ciclo economico que vão resultar num ainda pior estado da economia. E tudo porque nao ha coragem (como antes nao houve) de aplicar medidas estruturais. Medidas de fundo que diminuam o peso do estado na economia. E não, diminuir o peso de estado nao é um render ao neo-liberalismo (apesar de nao haver nenhum mal nisso). É antes algo absolutamente necessário para a viabilidade economica de um país. Mas como todos sabemos, não será o PS o partido com maior vocação para diminuir o peso do Estado...

3. "Faz o que eu digo, nao faças o que eu faço". Ontem foi tornado publico que o nosso ministro das finanças recebe uma choruda reforma proveniente de um fundo privado. Nada de ilegal. Tudo de imoral. Claro que o Estado tem que deter nos seus quadros os melhores profissionais para levar a cabo medidas fundamentais para o País. E esses profissionais são caros. Contudo, o Estado nao é uma qualquer empresa. O Estado representa todos os cidadãos e afecta todos os cidadãos. Ao pedir sacrificios aos portugueses, o exemplo tem necessáriamente que vir de cima. Não fará grande diferença, dirão. Certamente que não. Nem é uma questão matemática. É uma questão moral e ética. Mais, é uma questão de psicologia politica, ajudando ao cumprimento das medidas por parte de todos nós.

4. "Diz-me que filiação partidária tens, dir-te-ei em que empresa publica estarás". Pois é, os boys estão de volta. Desta vez é o Dr. Fernando Gomes a tomar a redea da GalpEnergia. O argumento é que tem experiencia em gerir orçamento de 250 milhoes de euros na camara do porto e que é economista. Ora bem, a avaliar a forma como esbanjou esse orçamento, eu que tambem sou economista e que tenho que gerir 750 euros mensais para sobreviver acho que daria um muito melhor gestor da galpenergia. E nem sequer exijo um ordenado tao elevado!

5. Por último nao queria deixar de aconselhar a todos que estejam fartos destas situações de comparecer no lançamento do novo DVD dos NANDOS. É sem duvida politicamente incorrecto, mas ao menos nao mente em campanhas eleitorais, nao cria jobs for boys, nao esbanja dinheiro publico, nao foge aos impostos e dentro do uso de palavras menos dignas, nao chegar à imoralidade do senhor ministro das finanças.

saudaçoes nandescas/lancastrianas