quinta-feira, abril 15, 2004

Feira de Março - A verdadeira concentração de Jójós

Bem sei que estou a cair no tema mais referenciado ultimamente no blog, mas a Feira de Março está a terminar e não poderia deixar de escrever umas pequenas palavrinhas. Para quem não sabe o que é a Feira de Março, é uma espécie de concentração popular (a cidade de Aveiro é rodeada de inúmeras aldeias) de dimensões pouco vulgares. Num pequeno espaço, cria-se uma mescla entre cidadãos de todas as classes sociais. Gostaria de destacar aqui os Jójós. Ora, os Jójós por norma chegam em grupos relativamente reduzidos, montando orgulosamente as suas ruidosas motoretas, e envergando pesados casacos de cabedal. Por norma um Jójó não é muito alto (não rara é a vez que a mulher é maior que ele), o que não o impede de caminhar convicatemente pelos passeios entre os carrosseis. Depois de uma rápida vista de olhos pelos pavilhões, nomeadamente no stand de motas e automóveis, o Jójó lá vai para o habitat onde se sente mais à vontade: os carrosseis. Por ordem de importância há a tradicional volta nos carros de choque, sempre com os olhos postos nas Josefinas que por lá andam, seguido de uma volta em "algo de mais respeito" como o Dragão ou o Canguru (o Jójó precisa constantemente de mostrar a sua virilidade). Satisfeita a vontade do Jójó, a paragem nas barrcas de Farturas é imprescindível. Surgem então verdadeiros atentados à lingua de Camões: "OH FÁ FABORE. ERA PRAÍ MEIA DUZIA DE FARTURAS E UMA CERBEJA". Normalmente estas frases são ditas de forma a todos que estão na fila ouçam, sempre acompanhadas com um sorriso para trás como quem diz: (sim, eu como de caralho!). Depois de pagas as farturas, se possível com notas (o Jójó nao pode andar a contar trocos) sentam-se e enfardam que nem umas lontras. Depois de um ou dois cigarritos, misturados com uns piropos às raparigas que passam, o Jójó lá se decide a ir pra casa, porque amanhã é dia de pegar cedo. Vai, mas vai com dever de missão cumprida. A Feira de Março, é a sua segunda casa.